Pérolas de Sabedoria

sexta-feira, fevereiro 09, 2007

SAUDADE


Há um sentimento que é muito nosso: Saudade!
Descrever a saudade é praticamente impossível. Ao contrário do amor, descrito por Camões, a saudade é algo que dói e que se sente. E sente-se de uma forma tão profunda como dolorosa.
Não raras vezes ouvimos falar de pessoas que morreram vítimas de tal sentimento.
A saudade acompanha-nos desde a nascença. Logo nos primeiros instantes sentimos saudade da nossa mãe se ela se afasta por instantes.
No decorrer da vida sentimos saudades de momentos vividos, de pessoas encontradas.
Uns conseguem matar este sentimento através das recordações; outros preferem não recordar para que o tal sentimento morra.
A saudade rói e corrói o coração ou algum outro órgão que fica perto deste.
A partida para o outro mundo (se é que ele existe) de uma pessoa querida será certamente a saudade mais difícil de superar: de ultrapassar.

A morte não é dolorosa para quem parte – quem parte não sentirá mais os problemas e sentimentos deste mundo – a morte é dolorosa para quem fica. E ultrapassar a perda de alguém é talvez o maior desafio que nos é colocado nesta vida. Seguir em frente com saudades mas também com as recordações boas que nos foram proporcionadas pela pessoa que partiu.

segunda-feira, fevereiro 05, 2007

A PERDA

Descobrimos a relação profunda entre a vida e a morte quando alguém que era a razão, ou uma das razões, de nossa vida se vai embora.

Não há palavras para expressá-lo. Não há livro que o descreva. Por isso, o melhor jeito de consolar é falar pouco, sentir junto e estar presente, cada um do jeito que sabe.
Palavras não explicam a morte de alguém querido. Sabem disso o pai, a mãe, os filhos, os irmãos, o namorado e a namorada, o marido e a mulher, amigos de verdade.
Quando o outro morre, parte do mistério da vida vai com ele. A parte que fica torna-se ainda mais intrigante.
Para onde foi? Será que me ouve? Vamos voltar a ver-mo-nos? Como será o reencontro?Acabou-se para sempre, ou ela apenas foi antes?Porquê agora? Porquê desse jeito?
As perguntas insistem em aparecer e as respostas não aparecem claras.
Dói, dói, dói e dói...

Então a gente tenta assimilar o que não se explica. Cada um do jeito que sabe.
Há o que bebe, o que fuma, o que grita, o que abandona tudo, o que chora silencioso num canto, o que mergulha no fatalismo e o que, mesmo sem entender ou crer, aposta na fé.
Um dia nos veremos de novo... enquanto este dia não chegar, entes que eu amo sei que me ouvem e olham por mim. Para eles a vida tem, agora, uma outra dimensão. Alcançaram o definitivo.
Quem fica perguntando e sofrendo somos nós. Mas como a vida é um riacho que logicamente desagua, a nossa vez também chegará.
Quem ama de verdade não crê que se acabou. A vida é uma só: começa aqui no tempo e continua, depois, na ausência de tempo e de limite. Quando amamos alguém, esse alguém torna-se eterno.

Existe uma frase que tenho gravada: " Eu só vou morrer no dia em que me esqueceres"