Pérolas de Sabedoria

sábado, abril 29, 2006

DIA DE ANIVERSÁRIO

Li este texto e gostei. Hoje, não sei porquê, apeteceu-me trazê-lo para cá.

A criança rompeu pelo café, em direcção a um homem que, concentrado, via o jogo de Portugal contra não sei quem. Puxa-lhe o braço para requisitar a sua atenção. "Olha, tenho uma coisa para te dizer: faço hoje anos!"
O menino não tem mais de três anos. Vaidoso, mostra o blusão novo que recebeu.
Levantei a cabeça do mundo feito de folha de jornal onde estava absorvida, e observei aquela cena, tão pura como pueril. Daí a dois dias seria eu uma criança, que também festeja o aniversário. Não vou usar blusão nesse dia, mas vou aproveitar para vestir uma roupa melhorzinha e, quer queira quer não, vou ter bolo a acompanhar o dia. Um dia que se assemelha sempre triste e feliz. Com uma semana de antecedência, quando começam a surgir lá em casa as indirectas sobre o que é que se vai passar daí a uns dias, começo a fazer uma retrospectiva da minha vida: o que é que eu já fiz, o que é que quero fazer, o que devia ter feito, onde me situo. Vêm à memória coisas do arco da velha, os anos passam depressa. Ainda sou do tempo das latinhas de leite com chocolate da Tody. A memória é feita de imagens, de palavras, de sabores e de cheiros. Esse foi um dos sabores bons da minha infância, como me ficou o cheiro a terra molhada, nos finais das tardes de Verão, quando ajudava a minha avó a regar o quintal. Uma outra geração, da mesma forma que a minha geração também é diferente da geração daquele miudito que apregoa o aniversário. A criança continua a passear-se pelo café, recebendo beijos de todos. Tão diferentes e tão parecidos que nós somos... seja qual for a nossa idade, as pessoas nunca abdicam de nos dar os parabéns e muitos beijinhos.
Mas os anos não são todos iguais, e nem todos os anos são as mesmas pessoas que nos congratulam por mais um aniversário. Depois de amanhã, os meus avós não vão poder dar-me os parabéns. Gente que já morreu. Outros, o tempo (ou a falta deste) e a distância também os levaram, e esquecem o nosso aniversário assim como o nosso rosto. Por isso, ao encontrarem-nos, anos depois e casualmente, recebemos apenas comentários de circunstância ao nosso aspecto físico. A morte é medonha, insuportável. Não foi preciso um aniversário para amadurecer. Não foi pelo facto de fazer dez ou onze anos que cresci. Apercebi-me que cresci no dia em que perdi um ente querido. Cresci porque percebi que o mundo não é feito do cor-de-rosa que (felizmente) a minha infância foi pintada. Dei outro salto quando fui perdendo outras pessoas. Tiro fotografias, compulsivamente, àqueles que amo. Quero guardá-los todos. Torná-los imortais, mesmo que seja apenas no papel. Não são os anos mas a dor que nos fazem crescer.
Acordei de todas estas divagações, bebi o café, já frio, que estava a mexer há mais de uma hora. Os portugueses ganharam. A criança acabou por adormecer ao colo da mãe. Fui para casa, com o sorriso do gaiato gravado na cabeça. Ao chegar, a minha mãe perguntou-me se queria bolo de caramelo para o aniversário. Quer fazer um pudim e uma salada de frutas. Afinal, um dia não são dias, justifica. Eu só queria adormecer ao seu colo nesse dia....

quarta-feira, abril 19, 2006

ECO DA VIDA

Um pequeno rapaz caminhava pelas montanhas com o seu pai.
De repente o rapaz cai, magoa-se e grita:
- Aai!!!
Para sua surpresa ouve a voz a repetir-se em algum lugar da montanha:
- Aai!!!
Curioso pergunta: - Quem és tu?
Recebe como resposta: - Quem és tu?
Contrariado grita: - Seu covarde!!!
Escuta como resposta: - Seu covarde!!!
Olha para o pai e pergunta aflito: - O que é isso?
O pai sorri e fala: - Meu filho, presta atenção!!!
Então o pai grita em direção a montanha: - Eu admiro-te!
A voz responde: - Eu admiro-te!
De novo o homem grita: - Tu és um campeão!
A voz responde: - Tu és um campeão!
O rapaz fica espantado sem entender nada.
Então o pai explica:
As pessoas chamam isto de Eco , mas na verdade isto é a vida.
Ela dá-te de volta tudo que dizes ou fazes.
Nossa vida é simplesmente o reflexo das nossas acções.
Se queres mais amor no mundo, cria mais amor no teu coração.
Se queres mais responsabilidade da tua equipa, desenvolve a tua responsabilidade.
Se queres mais tolerância das pessoas, sê mais tolerante.
Se queres mais alegria no mundo, sê mais alegre.
Tanto no plano pessoal quanto no profissional, a vida vai-te dar de volta o que lhe deste a ela.

A tua vida não é uma coincidência, a tua vida é a consequência de ti mesmo!
Recebes dos outros aquilo que lhes dás. Não podes querer que te retribuam Amor, Carinho e Amizade se não tiveres estes valores dentro do teu coração.