Pérolas de Sabedoria

sexta-feira, outubro 28, 2005

ESCRITO NA AREIA


Dois amigos viajavam pelo deserto e num determinado ponto da viagem discutiram. Um deles bateu na cara do outro. O outro, ofendido, sem nada a dizer, escreveu na areia: Hoje, o meu melhor amigo bateu-me na cara. Seguiram e chegaram a um oásis onde resolveram tomar banho. O que tinha sido esbofeteado começou a afogar-se, mas foi salvo pelo amigo. Depois de se recuperar pegou num canivete e escreveu numa pedra: Hoje o meu melhor amigo salvou-me a vida. Intrigado, o amigo perguntou: - Porque é que depois de te bater, tu escreveste na areia e agora escreveste na pedra?
Sorrindo, o outro amigo respondeu: - Quando um grande amigo nos ofende, deveremos escrever na areia onde o vento do esquecimento e do perdão se encarregam de apagar; porém, quando nos faz algo grandioso, deveremos gravar na pedra da memória do coração, onde vento nenhum do mundo poderá apagar!

Vocês escrevem muita coisa na pedra? Ou preferem a areia?

quinta-feira, outubro 20, 2005

ESCOLHAS


A vida atira-nos pedrinhas para nos alertar quanto às escolhas que fazemos. Tudo acontece de maneira subtil, por isso devemos estar atentos aos detalhes. Quando é preciso acordar, a vida atira-nos um tijolo. Existem pessoas que precisam receber torpedos.
Independente do grau e da complexidade dos acontecimentos, o que importa para nossa evolução é a aprendizagem que tiramos deles. Tudo acontece para pararmos, analisarmos e observarmos a lição daquele acontecimento. Por isso é preciso compreensão para saber e aceitar que erramos e que os outros também são passíveis a erros. Tanto as nossas vidas como a vida dos outros são feitas de escolhas. Escolhemos a todos os momento. E às vezes julgamos como sendo erradas algumas escolhas. Mas não são. Tratam-se apenas da vontade que tínhamos naquela ocasião e que agora pode não fazer mais sentido. Por isso o momento é para reflexão. E quando reflectimos, ao invés de julgar e colocar a culpa nos outros e nas coisas, crescemos. Afinal, quando se compreende o porquê e a razão do que nos aflige ou alegra é sinal de que aproveitamos com qualidade os momentos de aprendizagem que a vida nos presenteia.

Vocês costumam ter atenção aos detalhes que vos rodeiam? Ou são daqueles que precisam dos torpedos para acordar?

domingo, outubro 16, 2005

PARTIDA E CHEGADA


Quando observamos, da praia, um veleiro a afastar-se da costa, navegando mar adentro, impelido pela brisa matinal, estamos diante de um espectáculo de beleza rara. O barco, impulsionado pela força dos ventos, vai ganhando o mar azul e parece-nos cada vez menor. Não demora muito e só podemos contemplar um pequeno ponto branco na linha remota e indecisa, onde o mar e o céu se encontram. Quem observa o veleiro desaparecer na linha do horizonte, certamente exclamará: "já se foi". Terá desaparecido? Evaporado? Não, certamente. Apenas o perdemos de vista. O barco continua do mesmo tamanho e com a mesma capacidade que tinha quando estava próximo de nós. Continua tão capaz quanto antes de levar ao porto de destino as cargas recebidas. O veleiro não se evaporou, apenas não o podemos mais ver. Mas ele continua o mesmo. E talvez, no exacto instante em que alguém diz: "já se foi", haverá outras vozes, mais além, a afirmar: "lá vem o veleiro". Assim é a morte. Quando o veleiro parte, levando a preciosa carga de um amor que nos foi caro, e o vemos desaparecer na linha que separa o visível do invisível dizemos: "já se foi". Terá desaparecido? Evaporado? Não, certamente. Apenas o perdemos de vista. O ser que amamos continua o mesmo. Sua capacidade mental não se perdeu. Suas conquistas seguem intactas, da mesma forma que quando estava ao nosso lado. Conserva o mesmo afecto que nutria por nós. Nada se perde, a não ser o corpo físico de que não mais necessita no outro lado. E é assim que, no mesmo instante em que dizemos: "já se foi", no mais além, outro alguém dirá feliz: "já está chegando". Chegou ao destino levando consigo as aquisições feitas durante a viagem terrena. A vida jamais se interrompe, nem oferece mudanças espetaculares, pois a natureza não dá saltos. Cada um leva sua carga de vícios e virtudes, de afectos e desafectos, até que se resolva por desfazer-se do que julgar desnecessário.

A vida é feita de partidas e chegadas. De idas e vindas. Assim, o que para uns parece ser a partida, para outros é a chegada. Um dia partimos do mundo espiritual na direcção do mundo físico; noutro partimos daqui para o espiritual, num constante ir e vir, como viajantes da imortalidade que somos todos nós.

segunda-feira, outubro 10, 2005

PACIÊNCIA


Um velho sábio, tido como mestre da paciência, era capaz de derrotar qualquer adversário. Uma tarde, um homem conhecido por sua total falta de escrúpulos apareceu com a intenção de desafiar o mestre da paciência. O velho aceitou o desafio e o homem começou a insultá-lo. Chegou a atirar algumas pedras, cuspiu na sua direção e gritou todos os tipos de insultos. Durante horas fez tudo para provocá-lo, mas o velho permaneceu impassível. No final da tarde, sentindo-se já exausto e humilhado, o homem deu-se por vencido e retirou-se. Impressionados, os alunos perguntaram ao mestre como ele pudera suportar tanta indignidade. O mestre então perguntou: "Se alguém chega até vocês com um presente, e vocês não o aceitam, a quem pertence o presente?"
"A quem tentou entregá-lo", respondeu um dos discípulos. " O mesmo vale para a inveja, a raiva e os insultos. Quando não são aceites, continuam a pertencer a quem os carregava consigo. A nossa paz interior depende exclusivamente de nós mesmos. As pessoas não nos podem tirar a calma. Só nós o permitirmos..."

E vocês, controlam a vossa paz interior, não respondem a provocações? Sabem aceitar só o que de bom vos dão e deixar de lado os maus sentimentos? Conseguem que a paz do luar invada o vosso coração?

terça-feira, outubro 04, 2005

CASTELO DE AREIA


Num dia de Verão estive a observar duas crianças a brincar na praia. Elas trabalhavam muito, a construir um castelo de areia, com torres, passarelas e passagens internas. Quando estavam quase a acabar, veio uma onda e destruiu tudo, reduzindo o castelo a um monte de areia e espuma. Achei que, depois de tanto esforço e cuidado, as crianças iriam chorar. Mas tive uma surpresa! Em vez de chorarem, correram pela praia, fugindo da água, rindo de mãos dadas e começaram a construir outro castelo. Compreendi que tinha acabado de aprender uma grande lição!
Gastamos muito tempo da nossa vida a construir alguma coisa e, mais cedo ou mais tarde, uma onda poderá vir e destruir tudo o que levamos tanto tempo para construir. Mas quando isso acontecer, se isso acontecer, somente aquele que tem as mãos de alguém para segurar, será capaz de sorrir!!!

"Só o que permanece é a amizade, o amor e o carinho... O resto é feito de areia!"

sábado, outubro 01, 2005

O QUE LEVAMOS DESTA VIDA


Existem coisas pequenas e grandes, coisas que levaremos para o resto das nossas vidas. Talvez sejam poucas, quem sabe sejam muitas, depende de cada um, depende da vida que cada um de nós levou.
Levaremos lembranças, coisas que sempre serão inesquecíveis para nós, coisas que nos marcarão, que mexerão com a nossa existência em algum instante. Provavelmente iremos pela a vida fora, colecionando-as, colocando em ordem de grandeza cada detalhe que nos foi importante, cada momento que interferiu nos nossos dias, que deixou marcas, cada instante que foi cravado no nosso peito como uma tatuagem. Marcas, isso... serão marcas, umas mais profundas, outras superficiais porém com algum significado também. Serão detalhes que guardaremos dentro de nós e, que se contarmos a terceiros, talvez não tenham nenhuma importância, pois só nós saberemos o quanto foi incrível vivê-los.
Poderá ser uma música, quem sabe um livro, talvez uma poesia, uma carta, uma viagem, uma frase que alguém nos tenha dito num momento certo. Poderá ser um nascer do sol, um ramo de flores que se recebeu, um CD, um cartão de Natal, uma palavra amiga num momento preciso. Talvez venha a ser um sentimento que foi abandonado, uma decepção, a perda de alguém querido, um certo encontro casual, um desencontro propositado. Quem sabe uma amizade incomparável, um sonho que foi alcançado depois muita luta, ou um outro que deixou de exisitir ... por puro fracasso. Pode ser simplesmente um instante, um olhar, um sorriso, um perfume, um beijo.
Para o resto de nossas vidas levaremos pessoas guardadas dentro de nós. Umas porque nos dedicaram um carinho enorme, outras porque foram o objeto do nosso amor, ainda outras por nos terem magoado profundamente. Quem sabe haverá algumas que deixarão marcas profundas por terem sido tão rápidas nas nossas vidas e terem conseguido, ainda assim, plantar dentro de nós tanta coisa boa.
Lá para a frente é que poderemos realmente saber a qualidade de vida que tivemos, a quantidade de marcas que conseguimos carregar conosco e a riqueza que cada uma delas guardou dentro de si. Bem lá para a frente é que poderemos avaliar do que exatamente é que foi feita a nossa vida, se de amor ou de rancor, se de alegrias ou tristezas, se de vitórias ou derrotas, se de ilusões ou realidades.
Pensar que hoje é só o começo de tudo, e que se houver algo errado, ainda está em tempo de ser mudado, e que o resto de nossas vidas, de certa forma, ainda está em nossas mãos, deve ser o objectivo de nossas vidas.

Vocês fazem por ter uma boa qualidade de vida? Dão importância ao que é realmente importante? Já alguma vez pararam para apreciar a beleza de um pôr-do-sol? Ou vivem a vida a correr?